En el Encuentro Latinoamericano de Mujeres de la Economía Solidaria

 

Silvana Clavijo (Molino Santa Rosa), Nelsa Nespolo (Directora Economía Solidaria Río Grande Do Sul), Nancy González (Secretaria Organización FCPU)

Representantes de la FCPU participaron del 2do. Encuentro Latinoamericano de Mujeres de la Economía Social y Solidaria, realizado en Porto Alegre (Brasil) los días 13 y 14 de setiembre.

Nancy González,integrante de Cooperativa Victoria y  Secretaria de Organización de la Federación, junto a Silvana Clavijo, socia de la Cooperativa Molino Santa Rosa, fueron las encargadas de llevar la perspectiva de las mujeres de las  cooperativas de trabajo y cooperativas sociales  de nuestra organización.

Durante su exposición, González destacó la importancia del Proyecto Red del Sur que ha permitido consolidar los lazos con otras instituciones de la economía social a nivel regional, y mencionó algunos acuerdos que la FCPU viene impulsando, dentro de su estrategia descentralizadora, para potenciar el desarrollo del cooperativismo a nivel local en el Departamento de Artigas, zona donde es posible encontrar múltiples emprendimientos a cargo de mujeres.

Uno de los aspectos señalados durante el encuentro fue el permanente trabajo de la FPCPU para generar nuevas herramientas formativas y de capacitación dirigidas a hombres y mujeres de nuestras cooperativas, y en tal sentido el convenio marco con la Universidad de la República, así como los convenios puntuales con la Facultad de Ciencias Económicas o la Facultad de Ingeniería, constituyen ejes de trabajo importantes para el crecimiento de las mujeres que participan de los emprendimientos cooperativos en nuestro país.

González se refirió asimismo al trabajo que se viene impulsando para lograr que la enseñanza del cooperativismo y de la economía social en general forme parte de los programas permanentes en la educación formal; el desafío de conseguir más apoyo a nivel parlamentario para lograr facilidades que permitan a las mujeres que son madres encontrar alternativas para el cuidado de sus hijos evitando así que abandonen los emprendimientos por esa causa, y también señaló la importancia de que las mujeres jóvenes participen y se integren a nuestro movimiento como forma de asegurar el futuro de la Economía SOcial y Solidaria.

Para Nancy González, la participación durante el Encuentro en Porto Alegre de las mujeres junto a sus hijos constituyó un motivo de orgullo y de compromiso con la participación que seguramente ayudará a que el movimiento latinoamericano se consolide.

 Una carta al futuro 

Durante el Encuentro, en el que participaron mujeres de toda latinoamérica, se presentó la Carta de las Mujeres de la Economía Social y Solidaria, cuyo texto destaca que aún siendo las mujeres la mayoría en la Economía Solidaria, las políticas públicas siguen careciendo de medidas efectivas para su protección e incentivo.

La Carta completa, en su idioma original (portugués), expresa lo siguiente:

 

Carta Das Mulheres Da Economía Solidaria
MULHERES TRANSFORMANDO A AMÉRICA LATINA 

Nós, mulheres, que somos a grande maioria na Economia Solidária.

Somos negras, indígenas, brancas, jovens, idosas, de todas as crenças e de todos os territórios, reunidas no 2º Encontro das mulheres da América Latina e Caribe da Economia Solidária: Mulheres Transformando a América Latina, para aprofundar o debate sobre temas comuns da nossa realidade. Todas estamos produzindo ou comercializando coletivamente como catadoras, agricultoras, costureiras, artesãs, cozinheiras, doceiras, pescadoras, sociólogas, educadoras, dentistas, metalúrgicas, tecelãs, outras e até mesmo como Gestoras Públicas.

O atual modelo de desenvolvimento é estruturado na exploração do trabalho, nos valores capitalistas, pela apropriação privada de recursos naturais, pela concentração de riquezas e da terra e pela mercantilizacão da vida. Isto produz discriminação e desigualdades estruturais nas relações sociais entre homens e mulheres e, sobretudo, para as populações negras, indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais, sendo as mulheres e crianças, oriundas desses grupos, as maiores vitimas.
Diante disto, reafirmamos a necessidade de políticas públicas estruturantes para um novo modelo de desenvolvimento que possibilite o reconhecimento das mulheres como sujeito político, a importância da sua auto-organização e o fim da divisão sexual do trabalho, que desvaloriza e separa o trabalho das mulheres em relação ao dos homens.

Por isso nosso 2º Encontro – Economia Solidária: Mulheres transformando a América Latina aponta para a necessidade de:

 Garantir mecanismos de mudança do modelo econômico de desenvolvimento, centrado no mercado e no mercantil;

 Garantir a visibilizar e a valorização das experiências, dos conhecimentos e das práticas das mulheres na construção da Economia Solidária, da agroecologia, da justiça ambiental para garantindo a sua autonomia econômica.

 Garantir o reconhecimento da esfera produtiva ( criação dos filhos, os cuidados do trabalho doméstico) para a sustentação da sociedade, pondo fim a sua invisibilidade e afirmando a necessidade de investimentos e políticas publicas nesta área.

 Garantir que o poder sobre a economia e sobre o que produzimos esteja nas mãos do povo, com igual participação das mulheres.

 Garantir equipamentos públicos como creches, lavanderias coletivas, padarias e restaurantes comunitários;

 Garantir a efetividade das políticas de enfrentamento a Violência contra a Mulher.

 Garantir assessoria técnica na área da agro ecologia, gestão de resíduos sólidos, autogestão, produção e comercialização;

 Garantir políticas de incentivo à produção, comercialização, e consumo consciente, favorecendo uma relação direta e transparente entre quem produz e quem consome, aproximando produtor (a) e consumidor (a).

 Garantir investimento direto nos empreendimentos com políticas públicas de crédito e financiamento desburocratizado para as mulheres, e criação do fundo nacional de Economia solidaria.

 Garantir a implantação da Lei das Compras Coletivas onde o Estado adquire os produtos da Economia Solidária e da Agricultura Familiar, estendendo-as em todas as esferas de Governo.

 Garantir a integração da Economia solidaria em toda a America Latina, intensificando o processo de autogestão, cooperação e bem viver para um desenvolvimento Justo e Sustentável

Porto Alegre, RS, 14 de Setembro de 2012

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